Para o especialista em educação Sergio Bento de Araujo, a realidade virtual ganhou espaço nas escolas por criar situações imersivas que aproximam os estudantes de realidades distantes. O valor pedagógico aparece quando a experiência leva o aluno a interpretar contextos, reconhecer perspectivas e sustentar conclusões com evidências, não quando a tecnologia vira espetáculo. Continue a leitura e descubra como visitar aldeias ribeirinhas, acompanhar rotas migratórias ou simular audiências públicas passa a ser possível sem sair da sala.
Empatia que nasce de contextos reais
Empatia escolar não se confunde com emoção passageira. A realidade virtual favorece a observação atenta de moradias, serviços públicos, deslocamentos e desigualdades, oferecendo pistas para leitura crítica. Como ressalta o empresário Sergio Bento de Araujo, o ganho vem do pós-experiência: anotar fatos, comparar versões, verificar fontes e transformar percepções em argumentos. Quando o estudante descreve o que viu, explica causas prováveis e discute alternativas de solução, a atitude cidadã se fortalece.
Cidadania como prática informada
A VR permite simular conselhos de bairro, sessões legislativas e mediações de conflitos. Nesses cenários, o aluno aprende a ler regras, a negociar e a justificar votos. Cidadania exige alguns critérios: distinguir interesse coletivo de vantagem individual, identificar impactos orçamentários e respeitar direitos fundamentais. A tecnologia acelera a vivência, porém a competência surge do exercício de avaliar evidências e comunicar decisões com clareza.
Acessibilidade e inclusão desde a origem
Tecnologia cidadã precisa ser acessível. Legendas, narração descritiva, controle de velocidade e alternativas não imersivas permitem participação ampla. Arquivos leves reduzem barreiras para quem tem conectividade limitada. Como elucida o especialista em educação Sergio Bento de Araujo, acessibilidade é condição de equidade: sem ela, a escola cria um privilégio tecnológico que contradiz o propósito formativo.
Privacidade, segurança e bem-estar
Ambientes virtuais podem coletar dados sensíveis de uso e comportamento. A escola deve exigir minimização de coleta, contas institucionais, opções de histórico restrito e documentação de segurança. Exposição prolongada ou conteúdos de alto impacto emocional pedem limites e mediação. Consentimento informado, indicação clara de faixas etárias e rotinas de debriefing para que o grupo elabore emoções e transforme vivências em entendimento.

Avaliação por evidências: do “uau” ao “por quê”
O critério central é o que o estudante consegue explicar após a experiência. Rubricas podem observar precisão conceitual, uso de dados, coerência argumentativa e proposta de intervenção viável. Portfólios reúnem capturas com anotações, quadros comparativos, mapas de relações causais e versões revisadas após feedback. A pergunta de ouro é simples: que evidência sustenta sua conclusão? Essa régua separa deslumbramento de aprendizado.
Limites pedagógicos e riscos de simplificação
Realidade virtual não substitui pesquisa de campo, observação direta e diálogo com comunidades. Há risco de simplificar conflitos complexos, reforçar estereótipos ou transformar dor social em entretenimento. Como destaca o empresário Sergio Bento de Araujo, para o viés de seleção de cenários e roteiros: toda experiência imersiva é um recorte. Cabe ao professor expor limites, confrontar versões e abrir espaço para contrapontos bem fundamentados.
Indicadores de impacto que fazem sentido
Alguns sinais mostram que a VR está servindo à cidadania: melhora na qualidade dos relatos, aumento de referências verificáveis, maior participação em debates, propostas de ação mais realistas e respeito às divergências. Esses indícios aparecem em rubricas, autoavaliações e devolutivas entre pares. Quando a escola enxerga evolução nesses pontos, a tecnologia deixa de ser modismo e passa a ser meio para formar leitores críticos do mundo.
Realidade virtual: Empatia e cidadania
Realidade virtual pode fortalecer empatia e cidadania quando cria terreno para análise, comparação e responsabilidade. Experiências imersivas, combinadas a acessibilidade, privacidade e avaliação por evidências, elevam a qualidade do aprendizado. Como conclui o especialista em educação Sergio Bento de Araujo, a meta é clara: estudantes capazes de transformar imagens impactantes em compreensão robusta, decisões prudentes e comunicação pública de qualidade.
Autor: Katryna Rexyza

