Um asteroide recém-descoberto, denominado 2024 YR4, apresenta uma chance média de 2% de colidir com a Terra em 2032. Embora essa probabilidade seja considerada baixa, os astrônomos estão monitorando o objeto de perto para coletar mais informações. Esse esforço é crucial, especialmente com a expectativa de que o telescópio mais poderoso já enviado ao espaço, o Telescópio Espacial James Webb, possa contribuir para a observação e análise do asteroide em breve. A vigilância constante é essencial para entender melhor a trajetória e as características desse corpo celeste.
Atualmente, sabe-se pouco sobre o 2024 YR4, mas estima-se que seu tamanho varie entre 40 e 90 metros de largura, o que é comparável a um grande edifício. O Dr. Paul Chodas, gerente do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS), destaca que, embora o tamanho do 2024 YR4 não se compare ao asteroide que causou a extinção dos dinossauros, ainda assim, asteroides menores podem causar destruição significativa se entrarem em rota de colisão com a Terra. Por isso, é vital que os cientistas obtenham o máximo de dados possível sobre o asteroide rapidamente.
A coleta de informações sobre o 2024 YR4 é fundamental para refinar sua trajetória e, assim, potencialmente reduzir as chances de impacto a zero. No entanto, os cientistas enfrentam um prazo apertado, pois o asteroide deve desaparecer de vista em abril. Para isso, planejam utilizar o Telescópio Espacial James Webb, que pode medir o calor emitido pelo asteroide, proporcionando uma estimativa mais precisa de seu tamanho e órbita. Essa tecnologia avançada é uma ferramenta valiosa na luta contra possíveis ameaças espaciais.
O telescópio Atlas, localizado no Chile, foi o responsável pela detecção do 2024 YR4 em 27 de dezembro. Este telescópio faz parte de um programa financiado pela NASA para monitorar asteroides próximos à Terra. Desde então, vários outros telescópios têm acompanhado o asteroide, mas a estimativa de seu tamanho não mudou significativamente, pois se baseia apenas na luz solar refletida. O Telescópio Espacial Webb, por sua capacidade de observar em luz infravermelha, é esperado para fornecer dados mais precisos.
Desde janeiro, observatórios em locais como o Novo México, Dinamarca e Chile têm monitorado o 2024 YR4, que atualmente está a mais de 48 milhões de quilômetros da Terra. O asteroide continuará visível até o início de abril, antes de seguir sua órbita ao redor do Sol. Telescópios no Havaí, como o Pan-STARRS, também estão envolvidos na busca e monitoramento do asteroide, sendo considerados ferramentas essenciais para a defesa planetária.
Após o 2024 YR4 sair do alcance dos telescópios terrestres, o Telescópio Espacial Webb ainda poderá estudá-lo, ajudando a determinar sua posição exata. Observações estão programadas para março e uma nova campanha em maio permitirá medições finais de sua órbita e variações de temperatura. Caso o asteroide desapareça antes que os cientistas possam descartar um impacto, ele permanecerá na lista de riscos até reaparecer em junho de 2028, quando retornará à vizinhança da Terra.
Determinar o tamanho exato do 2024 YR4 é crucial para estimar os danos em caso de impacto. Se o asteroide estiver na extremidade superior de sua estimativa de tamanho, ele poderia causar destruição em um raio de até 50 quilômetros do ponto de impacto. O risco de impacto é elevado pela velocidade com que o asteroide entraria na atmosfera, cerca de 17 km/s. Embora asteroides desse porte atinjam a Terra a cada poucos milhares de anos, os efeitos de uma colisão podem ser devastadores.
Cerca de 3.000 asteroides próximos à Terra são descobertos anualmente, mas identificar objetos do tamanho do 2024 YR4 é desafiador, pois são escuros e difíceis de detectar. Os cientistas estimam que existam cerca de 600 mil asteroides desse porte, mas apenas 2% foram encontrados até agora. Embora pequenos asteroides entrem na atmosfera frequentemente, causando bolas de fogo, eles geralmente não causam danos significativos. A vigilância contínua é essencial para antecipar possíveis ameaças e proteger a Terra de impactos catastróficos.